Chinatown deliciosa e nota A

teaparlor_pratosEncarar um mergulho na culinária de Chinatown é para poucos. Pessoas acostumadas a lugares bonitinhos, limpinhos, bacaninhas, tendem a desistir na primeira empreitada. O bairro é um aglomerado de ruas em que camelôs e senhoras se atropelam sem perdão. Nos restaurantes, é comum encontrar a inscrição “Grade Pending”, que aparece na porta das instituições que levaram um alerta da Vigilância Sanitária. Almas corajosas e insistentes, no entanto, são recompensadas.

Mas se você não tem paciência ou gosto por desafios, o Nom Wah Tea Parlor (13 Doyers Street) é um tiro certeiro. Em atividade desde 1920, o restaurante foi o primeiro a servir Dim Sum em Chinatown. O estilo permite que se escolha entre dezenas de comidinhas, uma espécie de tapas à moda chinesa. A berinjela recheada com camarão e a panqueca de cebolinha são imperdíveis. E tem, sim, uma pitadinha de aventura. O restaurante fica no chamado “Bloody Angle” (Ângulo Sangrento), que ganhou o apelido por causa dos frequentes assassinatos cometidos por gangues locais no início do século XX. Atualmente a rua é cheia de restaurantes e barbearias.

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GNA: Imigrantes protestam pela carteira de motorista

gnotO “Globo Notícia Américas” deste domingo, 2 de dezembro, vai mostrar o protesto de imigrantes em Illinois, EUA, que querem ter o direito de tirar carteira de motorista.

O programa também mostra o adeus de Felipe Calderón à presidência mexicana e os desafios que o novo presidente, Enrique Peña Nieto, tem pela frente.

E mais: uma pesquisa mostra que a incidência de alergia aumenta a cada ano e a a operação Papai Noel, dos correios dos Estados Unidos, completa século realizando o sonho de milhares de crianças.

Não perca! O “Globo Notícia Américas” vai ao ar às 18h30 (horário de Nova York). Para ver a chamada clique na foto acima ou aqui.

Hi + Low

 

 

 

Na correria de escrever todos os dias algo novo no meu blog do Ela Digital, faz tempo que não posto nada original para este blog aqui. Tá certo, as coisas de lá eu escreveria cá. Mas hoje, vendo um filme bacana, me deu vontade de unir esses dois lares.

“The Queen of Versailles” é um daqueles filmes em que é difícil apontar qual o maior mérito do documentarista: a sorte ou o talento. Lauren Greenfield começou a registrar a saga da família Siegel quando David e Jackie construíam “a maior casa da América”. Uma aberração milionária em Orlando, FL, imitando o Palácio de Versailles, mas com sushibar, barbearia e academia (será que Luis XIV malhava?). No meio das gravações, vem a sorte. Em 2008, com a crise do mercado imobiliário, Siegel se vê mais quebrado que arroz de quinta. Logo ele que se orgulhava de dizer ter sido o grande responsável pela vitória de Bush.

Greenfield capta a derrocada da família. E isso já seria um belo roteiro. Mas eis que entra o talento. Em vez de uma edição óbvia, em que a o ridículo daquela turma brota a olhos vistos, ela opta pelo respeito. Alterna momentos de ternura a “semnoçãozice”. Torna os sentimentos do espectador angustiantemente misturados. É claro que, depois, tudo volta ao devido lugar. Basta dar um google e descobrir que David Siegel se recupera e, de volta à pose de patrão, envia um email coletivo aos seus funcionários pedindo que eles votem em Ronmney.

Mas eu disse que misturaria as duas coisas. Coincidência ou não, o post de hoje no Nova York – Ela Digital foi um belo contraponto a “The Queen of Versailles”. Trata-se de um projeto que leva música a uma das áreas mais pobres da cidade.

Inspirados pelo venezuelano El Sistema, que oferece aulas de música para crianças em comunidades de risco, um grupo de nova-iorquinos implantou o UpBeat NYC, no sul do Bronx. Os instrumentos e as aulas são gratuitos e carregam a ideia de que a música pode mudar vidas. Pelo menos para os moradores desta região, isso já está acontecendo.

Uma das áreas mais violentas da cidade agora tem uma orquestra com 36 integrantes. Hoje as crianças apresentam seu primeiro concerto, às 19h00, no Betances Community Center (547 East 146th Street, The Bronx). É uma ótima oportunidade para conhecer o borough menos turístico da cidade. E quem sabe descobrir um Gustavo Dudamel antes de ele virar ídolo.

 

Artistas do Japão pós-guerra no MoMA

Na letra de “A Paz”, Gilberto Gil apontava para a ironia de que uma bomba lançada sobre o Japão teria feito “nascer o Japão da paz”. Entender como o país se reergueu nos anos posteriores à Segunda Guerra Mundial é uma difícil tarefa, mas a nova exposição no MoMA oferece algumas pistas.

Pinturas, esculturas, fotografias e vídeos integram “Tokyo 1955–1970: A New Avant-Garde”. A exibição, em cartaz até fevereiro de 2013, mostra como a capital japonesa serviu de palco para experimentos artísticos que mudaram a aparência da metrópole — e a arte mundial.


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Maison Martin Margiella para a H&M

Mais uma colaboração que deve causar tumulto nas lojas da H&M, a coleção da Maison Martin Margiella chegou às lojas da marca hoje de manhã. Algumas planejaram cuidadosamente a organização de filas e até a distribuição de pulseirinhas para evitar a confusão vista no lançamento de outras marcas. O destaque da coleção são os casacos oversized, uma tendência no inverno nova-iorquino.

Eu e Ann

Tudo começou numa tarde do verão de 2011. Eu estava lendo a revista do NYT e esbarrei em um artigo sobre a mãe de Barack Obama. Havia acabado de entrevistar o biógrafo do presidente, David Remnick, e andava fascinada pela figura do presidente americano. A foto mostrava um Obaminha fofo, vestido de pirata, nos braços brancos e superprotetores de Stanley Ann. O texto era um excerto do livro de Janny Scott, “A Singular Woman”.

Li num gole. Comprei o livro. Outro gole. Sugeri ao Caderno Ela uma reportagem sobre o assunto. Telefonei para a autora para uma entrevista. Foi uma conversa solta, divertida, como se ela contasse histórias sobre uma amiga de infância. Aquela que às vezes te dá raiva, mas no fundo, era quem você queria ser quando crescesse. O que mais me impressionou em Ann não foi ela se casar com um negro em uma época em que mais da metade dos estados americanos proibiam casamentos interraciais. Nem ela passar mais da metade da vida adulta na Indonésia, dominando a língua e a cultura locais, longe do filho. Ou as viagens pelo mundo, os vários empregos voltados para a construção de um mundo melhor, ou a criação que ela deu para Maya e Barack, ou o conhecimento profundo das magias e artes dos ferreiros indonésios, ou a paixão pelo Havaí, ou as aventuras de adolescente. O que mais me impressionou não foi o que ela fez, mas como.

Ann era um espírito livre.

Ia fazendo porque ia.

Não calculava, apenas se apaixonava. Aí habitavam erros, frustrações, conquistas. Hoje, assistindo ao filho de Ann reeleito presidente dos Estados Unidos, vi “Uma Mulher Singular” chegar às livrarias brasileiras. Assinando a tradução, eu e Francisco Quinteiro Pires tentamos espalhar um pouco da inspiração que a vida dela trouxe às nossas. Desapegar-se do que disseram ser o certo é tortuoso. Ann lutou para mudar o mundo, se enfurnando em aldeias no meio da Ásia. Morreu cedo e um bocado frustrada, achando que não havia conseguido mudar quase nada. Hoje, quando vejo Maya e Barack, suas duas criações, pergunto quantas pessoas neste século fizeram mais pelo mundo do que ela. Deve-se contar nos dedos de uma mão. E Ann só ia.

“Uma Mulher Singular” – Editora Record

Grupo Corpo leva o Brasil ao Brooklyn

O Brooklyn vai ficar mais brasileiro este fim de semana. Pela quarta vez, o Grupo Corpo leva um espetáculo ao tradicional palco do Brooklyn Academy of Music, o BAM (30 Lafayette Ave, Brooklyn).

Desta vez serão apresentados “Ímã”, com música do trio +2 (Moreno, Domenico e Kassin), e “Sem Mim”, com composições de Carlos Núñez e José Miguel Wisnik. É a estreia nova-iorquina das duas coreografias. As apresentações ocorrem em três dias: de hoje até o dia 03 de novembro, sempre às 19:30.

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O Grito, de Edvard Munch, chega ao MoMA

Das quatro versões que Edvard Munch produziu de “O Grito”, apenas uma permanece nas mãos de um colecionador particular. As outras três estão em museus da terra natal do pintor, a Noruega. Por isso a chance de ver essa imagem única é sempre celebrada. A peça foi adquirida em maio, em um leilão da Sotheby’s, por US$ 120 milhões.

O Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) exibe a obra, datada de 1895, durante os próximos seis meses, até 29 de abril de 2013. A visita já valeria a pena só por “O Grito”, mas os curadores do MoMA foram além e selecionaram uma série de criações de Munch pertencentes à coleção do museu.

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De volta à coroa de Lady Liberty

A Estátua da Liberdade completa hoje 126 anos e, para comemorar, abre os braços aos visitantes. Ou melhor, a coroa. Fechada para uma reforma milionária desde 2011, essa parte do monumento ganhou um elevador (para que cadeirantes não sejam impedidos de subir por causa dos 300 degraus), sistema de controle de temperatura e equipamento de segurança contra incêndios.

Algumas partes de Lady Liberty ainda estão em obras. A coroa, no entanto, está pronta. São 25 janelas de onde se tem uma vista deslumbrante da cidade. Para visitar, é preciso fazer reserva com antecedência. Os ingressos custam entre US$ 9 e US$ 17.

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Livro e exposição celebram o estilo de Katharine Hepburn

Além de uma estrela do cinema e do teatro, Katharine Hepburn foi um ícone da moda. Seu estilo influenciou gerações e agora é tema de uma exposição na New York Public Library for the Performing Arts, localizada na praça do Lincoln Center. “Katharine Hepburn: Dressed for Stage and Screen” reúne mais de 40 peças usadas pela atriz nos palcos e na telona. A mostra foi criada em conjunto com o lançamento do livro “Rebel Chic”, uma biografia fashion da atriz escrita por Jean Druesedow e publicada pela Skira Rizzoli.

A exposição fica em cartaz até 12 de janeiro de 2013, ano em que a morte de Hepburn completa dez anos. A entrada é gratuita.